sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Segunda - Visita à Clínica da Família Hans Dohmann

A primeira atividade no Ver-Sus foi a visita a um tipo de atendimento inovador, a Clínica da Família. O espaço é destinado ao atendimento preventivo, e o ambiente agradável é o que chama atenção.



Inicialmente tivemos uma conversa com os administradores da Clínica e outros participantes do projeto Ver-Sus. Junia Cardoso apresentou-nos o projeto Academia Carioca, que são academias inseridas nas Unidades de Saúde, seguindo a proposta de promover a atividade física enquanto investimento em saúde, e o educador físico enquanto profissional que mantém a saúde e não "curam doenças". Os dados são realmente impressionates, o investimento na prevenção gera uma redução de 28 mil reais por cada grupo de 100 pessoas. Em seguida, o médico Josá Carlos conversou conosco a respeito da logística das subdivisões feitas no território do Rio de Janeiro para promover os atendimentos. Refletimos também sobre o modelo de atenção primária, modelo esse ainda não consolidado, e tendo ainda como obstáculo as universidades que não formam esse tipo de profissional, voltados para o trabalho em saúde da família.

Dentisticamente falando...

Logo na entrada, um espaço destinado a escovação dos dentes: o escovário, com três pias e um grande espelho promovem o incentivo à escovação.
"Cuidando do sorriso da sua família"
A faculdade de odontologia da UFRGS tem se preocupado em trabalhar a atenção primária com os alunos. Mas agora percebo que ainda estamos muito aquém de formar um profissional voltado para esse tipo de atendimento. O que ocorre são incentivos, no sentido teórico mesmo. Há de se pensar algo prático para inserir o estudante de odonto na prática multidisciplinar desse conceito. Em Florianópolis, por exemplo, o profissional da saúde é obrigado a realizar uma residência em medicina da família para trabalhar na prefeitura.
A tarde, tivemos uma palestra sobre higiene bucal com os dentistas Leonardo e Rosana e dois técnicos em saúde bucal, ou seja, toda a equipe de saúde bucal da clínica. Esta foi a primeira opornidade de ver o profissional atuando com a comunidade. Seu discurso foi um tanto ofensivo para com os usuários, no sentido de assustá-los em relação às doenças bucais e colocá-los como protagonistas de sua saúde bucal. Pareceu um tanto contraditório vê-lo reproduzindo um tipo de discurso que não condiz com a postura pregada pelos profissionais da atenção primária. Um colega defendeu a postura do profissional, argumentando que as pessoas aceitam a condição de "culpados" no sentido de sentirem-se responsáveis por si, seus atos. No entanto, se quisermos formar um profissional diferenciado, é necessário mudar sua postura discursiva. Naquela situação, seria possível adotar outra postura?
Eu acredito que ouvir os usuários que foram até lá buscar atendimento, para saber seu real problema, e a partir deles explicar as possíveis causas e prováveis consequências, seria um começo importante na busca dessa nova proposta.

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